terça-feira, 20 de novembro de 2007

Fantasia no Trabalho


A tarde ía já avançada e bastante trabalho ainda por fazer. Eu sabia que aquela lista de chamadas chatas teriam de ser feitas por mim, porque deixar a algum dos colegas, eles iriam torcer o nariz e fazê-las um pouco de má vontade.
Os patrões estavam fora e eu, fechada no meu gabinete com o papel dos números de telefone na mão. Quatro clientes da empresa que não conseguíamos contactar há mais de uma semana. Eu sei que este era um período normal de férias, mas já havíamos deixado recado com a secretária e nem uma resposta. Estava na hora de eu tentar, munida de todas as armas.
Lá fora, o burburinho do telefone, da campainha, das impressoras e das conversas dos colegas.
Fiz a primeira chamada e o resultado foi o mesmo - atendeu a secretária dizendo que o patrão estava fora e só regressava daí a uma semana.
Fui fazendo mais outra e mais outra, até fazer uma pausa antes da última, já meio desanimada pela falta de respostas, mas ainda com força para a última tentativa. Rodei a cadeira e fiquei virada de costas para a secretária, olhando através da ampla janela, uma Lisboa mais calma em tempo de Verão.
O intercomunicador tocou, no momento em que iniciava a chamada no outro telefone - era a recepcionista. Nem lhe prestei muita atenção, pois entretanto já haviam atendido o telefone do outro lado - mais uma vez a secretária do cliente. Disse à recepcionista um sim, nem sei a quê e desliguei.
No outro telefone, a secretária do Sr. Aníbal, lá me disse que ele tinha terminado uma reunião e que iria atender em seguida.
Segundos depois, ouvi a sua voz do outro lado da linha e lá começámos a falar sobre a nossa prestação de serviços à sua empresa.
Não me dei conta da porta que se abriu e de alguém que havia entrado no meu gabinete. Nem os passos que se lhe seguiram.
Até que vi o reflexo no vidro, do teu corpo. Os teus olhos brilhavam e um sorriso desenhava-se nos teus lábios. Fiquei momentaneamente em silêncio, admirada por te ver ali.
Não falavamos há cerca de uma semana, nada sabia de ti e, de repente, entravas pelo meu gabinete dentro.
Girei a cadeira e deste um passo para te aproximares, ficando quase encostado às minhas pernas. Fui balbuciando algumas palavras de resposta ao Sr. Aníbal, enquanto ele papagueva do outro lado qualquer coisa a que tentei dar atenção. A tua presença perturbadora desconcentrava-me. Escrevi isso numa folha de papel, para saberes o que mexias comigo. Pegaste no papel, sorriste e baixaste o corpo, aproximando a boca do meu decote em V, tocando com os lábios na minha pele. Muda, nada podia fazer, para que do outro lado da linha, o cliente não se apercebesse. Aproveitando da situação, deslizaste os dedos pela minha perna, desde o tornozelo, até à coxa, metendo a mão por baixo da saia e acariciando a pele quente. Tentei, com a minha mão, impedir-te de continuares a torturar-me, mas não deixaste, ordenando-me com o olhar que ficasse quieta. Esse era o teu jogo - provocar-me, sabendo que eu não podia reagir. Continuei a tentar conversar com o Sr. Aníbal, enquanto os meus olhos se mantinham fixos nos teus e a excitação começava a tomar conta da minha vontade, do meu corpo.
Ajoelhaste-te e, erguendo uma das minhas pernas, os teus lábios percorreram o mesmo caminho que a mão havia percorrido antes. Uma das tuas mãos, aflorava a minha virilha, fazendo com que eu fosse forçada a conter um gemido.
Puxaste a cadeira um pouco mais e ficaste perfeitamente encaixado nas minhas pernas, o teu peito em contacto com a parte interior das minhas coxas e com o meu sexo, a boca à altura dos meus seios. Tocaste em meus lábios com um dedo, em sinal de silêncio, e eu tentava raciocinar no meio do torpor do desejo, para manter aquela conversa - céus, não podia perder aquela oportunidade de ter encontrado finalmente o Sr. Aníbal. Deslizaste os teus lábios pelo meu pescoço, decote, enquanto desabotoavas a blusa branca, revelando os seios cobertos pelo sutiã branco de renda delicada. Puxaste pelo sutiã, desapertando-o e deixaste-me com os seios nús. Olhei com receio para a porta e sorriste com a ideia de que alguém pudesse entrar de repente. Tentei parar-te, fazendo sinal para fechares a porta, mas tu com um gesto repentino, afastaste as minhas mãos e mergulhaste a boca nos meus seios, fazendo-me calar os protestos. Fechei os olhos por segundos, tentando pensar em algo diferente que não a tua boca gulosa que me excitava.
Continuei a conversa com o Sr. Aníbal que tagarelava do outro lado - valia-me, pelo menos, isso - ele falava pelos dois, nem prestando atenção às minhas poucas palavras.
Foste descendo a boca até tocares a minha cintura. Aí, afastaste-te o suficiente para me retirares as cuequinhas brancas de renda, e começaste a tocar as minhas virilhas com a ponta da língua, enquanto uma das tuas mãos continuava a acariciar-me os seios, massajando, rodando o mamilo entre os dedos, excitando-o, deixando-o durinho. Não consegui conter um gemido e rezei para que o Sr. Aníbal não tivesse ouvido.
A tua língua aproximou-se do meu sexo e afastou-se de novo. Com uma mão toquei os teus cabelos e pressionei a tua cabeça contra as minhas coxas, em busca da carícia desejada. Seguraste na minha mão e mostraste que ali quem mandava eras tu. Aproximaste de novo a boca e continuaste a torturar-me, a tua língua açoitando-me virilhas, coxas, mas evitando propositadamente o meu sexo, a minha humidade.
Até que, finalmente, a tua boca caiu no meu sexo, chupando-me o clitóris ansiosamente, a língua penetrando-me em movimentos sucessivos como se do teu membro se tratasse. Comecei a ficar louca, mas tinha de manter um pouco de lucidez para continuar a conversa ao telefone. Insistentemente, a tua mão nos meus seios, apertando-os, acariciando-os, a tua boca no meu sexo, lábios chupando o clitóris, a língua acariciando o meu interior, absorvendo a minha doce humidade, estavam a deixar-me à beira do gozo. Afastaste um pouco a boca e, olhando-me atrevidamente, passaste um dedo no meu sexo e com ele torneaste os meus lábios, dando-me a provar a minha própria humidade. Mergulhaste de novo no meu sexo, e acariciaste-me até que, de punho contra a boca, enquanto mordia os nós dos dedos, vim-me copiosamente, enquanto tu recebias nos lábios o meu prazer derramado. Perdi a noção de onde estava por alguns segundos e, de olhos fechados, ouvi no meu ouvido - Menina, menina, está aí? - o que me fez erguer de imediato o corpo.
Ergueste-te enquanto eu respondia um - Estou aqui sim, Sr. Aníbal - e com o olhar perguntei-te - E agora?
Tu sorriste, atiraste um papel sobre a mesa e com um aceno abriste a porta e saíste.

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