terça-feira, 16 de outubro de 2007

Última noite


Fui arrastada por uma amiga para casa de uns amigos dela que eu mal conhecia a pretexto de uma festa de aniversário. Fui a contragosto, não queria ir, estava calor e parecia-me melhor ideia ficar em casa sem me mexer... Mas fui. A festa foi uma seca, não conhecia ninguém e não me enquadrava nas conversas, nas private jokes, nas cumplicidades que todos já tinham. Saí mais cedo, à socapa da minha amiga mas não consegui evitar que me pedissem boleia. Um amigo, da amiga, do primo, da tia... eu sei lá! Para me despachar disse que sim e pronto vamos embora.
Enquanto caminhávamos para o carro ele meteu conversa e eu lá fui respondendo para ser simpática. Não valia a a pena tornar as coisas desagradáveis só porque não me apetecia estar ali. Conversa de circunstância.
Chegados ao carro, sento-me e a minha saia sobe, tenho a camisa colada ao corpo e o cabelo faz-me sentir mais calor por isso ato-o num carrapito expondo a curva dos ombros e pescoço. Reparo que os olhos dele são atraídos por esta curva... Achei engraçado e observei-o melhor pelo canto do olho. O que vi despertou-me os sentidos e sorri involuntariamente.
- De que te ris, posso saber?
- Nada de importante. Estava só a pensar.
- E não posso saber em quê?
Não sei se foi do álcool que bebi na festa se foi o meu espírito meio rebelde que gosta de chocar mas fui sincera:
- Estava a observar o teu corpo e gostei do que vi, por isso sorri.
Ele sorriu, sem saber muito bem se havia de acreditar em mim ou se eu estaria a brincar.
- A sério?
- Sim.
- Então, está tanto calor, não te importas que eu dispa a t-shirt?
Aí é queres picar?! Muito bem!
- Não! Muito pelo contrário! - Ri-me.
Ele despiu-se. Vi-lhe o corpo suado e os abdominais definidos. Melhor do que parecia com a t-shirt vestida!
- E então? Não há sorriso agora? - Pergunta ele
Exibicionista! Sorrio com a provocação e aproveito para olhar bem para ele... Mas não digo nada.
Instalou-se o silêncio.
Sinto os olhos dele a percorrerem o meu corpo e... sinto que os meus mamilos reagem àquela apreciação e que isso se consegue ver através da camisa... O cheiro dele invade o carro... O meu coração acelera.
Foi a vez dele sorrir...
Entrámos na auto-estrada e aproveito a velocidade para... descomprimir!
Sinto um dedo tocar-me ao de leve na nuca, descendo pelo pescoço até ao ombro e voltando atrás para brincar com o meu cabelo. Sou percorrida por um arrepio de excitação.
Calor... Parece que cada vez está mais calor!
O vai e vem daquele dedo é quase hipnótico... E ele desce um pouco mais de cada vez. Agora percorre a linha do meu rosto, desenhando o meu maxilar e descendo pelo pescoço até à gola da camisa. Inspirei. Voltou atrás. Relaxo. O dedo é tudo o que existe e sinto-o chegar ao meu ombro e começar a descer em direcção ao meu peito. Inspiro, enchendo o peito de ar e... o dedo sobe de novo.
- Cuidado - diz ele com a voz já rouca.
O carro já ia noutra faixa. O que vale é que é tarde o suficiente... Há muito pouco movimento...
A sua mão aberta na base do meu pescoço... descendo... descendo.... devagar... A minha respiração acelerada... Aquela mão aprisiona-me uma mama e eu quase paro de respirar.
- Pára o carro ali naquela zona de descanso - diz-me a voz sussurrante.
Paro. Não paro. Paro. Não paro... Nem consigo pensar... Enquanto tentava decidir já tinha saído da auto estrada e ia parar o carro. Que loucura! Parei. Desliguei as luzes e o motor. Olhei para ele. Devorou-me com os olhos. Senti aqueles lábios nos meus, a língua invadindo a minha boca, saboreando-me, dançando...
As minhas mãos no peito dele, o toque da pele suada, e o braço dele na minha cintura, abraçando-me com força e arrancando-me do banco. Que fizéramos aos cintos? Credo! Quero tanto! Agarro-o! Abraço-o com urgência! Enfio a minha língua na boca dele enquanto procuro os botões dos jeans dele. Posso sentir a sua excitação através da ganga mas não é isso que eu quero. Isso é muito pouco para mim.
As mãos dele sobem pelas minhas pernas, acariciando-me as coxas e o traseiro... Como isso é bom! Consegui abrir-lhe as calças e agarrá-lo ao mesmo tempo que sinto os dedos dele dentro da minha tanga. Assim, juntos masturbamo-nos mutuamente e levamo-nos à loucura. Naquela escuridão as roupas desaparecem, os bancos já estão deitados, os vidros completamente embaciados e finalmente... ajoelho-me no chão e meto-o na boca. Hummmm! Que delícia. Ele geme enquanto eu o chupo e lambo e eu gemo enquanto o sinto entrar e sair da minha boca quente uma e outra vez. Até que, com um gemido rouco e forte ele me impede de continuar.
- Quero o teu sabor também...
E eu ofereço-me a ele, àquela boca que já fez delícias com a minha boca e os meus seios e a minha pele em chamas. Um choque percorre o meu corpo ao primeiro leve toque da língua no meu clitóris. Depois outro. E outro. Ele parece experimentar o meu nível de excitação, com pequenos toques suaves no sítio certo. A cada toque de língua o meu corpo estremece. Não posso mais com aquilo! É provocação demais! Olho bem para ele e seguro-lhe as cabeça com as mãos exigindo o que ele me tem negado. Ele ri-se e aquele som só faz excitar-me mais! Empurro-o para mim e finalmente uma lambidela a sério e um chupão...
- Sim... Chupa-me! Chupa-me com força!
Ele obedece e chupa-me, saboreando o meu mel sugando o meu clitóris até que me venho na sua boca. Descontroladamente e grito!
Isso não o faz parar. Para minha surpresa ele continua a mordiscar o meu clitóris e não dá descanso ao meu corpo até me levar quase ao auge outra vez... e pára! Olha para mim, quieto, com um meio sorriso nos lábios
- Queres mais?
- Sim!
- Diz “por favor”...
- Quê?!
- Diz... - Uma lambidela... - ...por... - uma dentadinha - ...favor... - uma chupadela!
A cada toque um choque pelo meu corpo. Não aguentava mais. Só queria saber dele dentro de mim.
- Por... Favor...
- Linda...
Senti aquela estocada bem fundo em mim, abrindo-me numa penetração profunda e forte. Um membro duro e grosso que me enche e me preenche e era tudo o que eu queria naquele momento. A dança dos corpos começa enquanto eu me torço e contorço debaixo dele e ele entra e sai de mim lentamente. Devagar... Sai... e a ponta do seu pénis brinca comigo... entra e enterra-se tanto em mim que o sinto tão fundo... Sai... roça o meu clitóris mais uma vez, brincando, provocando... Até que o abraço com as pernas e o obrigo a entrar em mim e a excitação dele também é tanta que não resiste mais. A cada estocada mais velocidade, mais excitação, mais urgência até... à explosão de prazer, ao orgasmo final, a um climax que nos faz gritar! Eu gritei de prazer, ele terá gritado de prazer ou foi por lhe ter enterrado as unhas nas costas?

Quando me lembro dessa noite, lembro-me de mais tarde pensar que nem sabia o nome dele e que não fazia muita diferença. Gosto desta recordação assim. A recordação do meu último dia em Portugal.

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